Duna | Denis Villeneuve fala sobre as dificuldades de finalizar o filme em meio à pandemia

 


Embora as gravações de “Duna” tenham sido concluídas antes do avanço da pandemia do novo coronavírus, a produção ainda lida com as consequências do evento. Em entrevista com o objetivo de promover o Festival Internacional de Cinema de Xangai, Denis Villeneuve falou sobre os desafios de concluir o longa dentro do programado. O diretor comentou de imediato sobre o atraso nas refilmagens (via IndieWire):

“Eu estava planejando voltar e filmar alguns elementos mais tarde, porque queria reajustar o filme. Eu precisava de tempo. Na época, eu não sabia que seria uma pandemia … quando estávamos voltando a trabalhar tais elementos. O impacto foi que isso acabou com minha agenda […] Vai ser uma corrida para terminar o filme na hora, porque somente nos foi permitido voltar a filmar esses elementos dentro de algumas semanas.”

De acordo com o cineasta, as etapas de pós-produção precisaram ser repensadas, visto que o trabalho remoto precisou ser adotado:

“Como diretor, há coisas que podem ser feitas remotamente [mas] eu tenho que terminar alguns aspectos do filme, como efeitos visuais e edição, estando em Montreal enquanto minha equipe ficou em Los Angeles.”

Dentre todos os obstáculos, no entanto, o mais difícil para Villeneuve é trabalhar com o editor Joe Walker, seu colaborador desde 2015, à distância. Ambos criaram uma dinâmica que não pode ser replicada virtualmente:

“A supervisão de efeitos visuais […] é fácil de fazer de longe, mas […] a grande lição disso é que pensei que seria possível editar à distância com meu editor [Joe Walker] compartilhando equipamentos, estando longe um do outro […] mas eu percebo o quanto editar é como tocar música com alguém e você precisa estar na mesma sala. Há algo sobre a interação, interação humana, a espontaneidade, a energia na sala. Realmente sinto falta de não estar na mesma sala que meu editor … é muito, muito doloroso. Talvez uma das razões disso seja que meu editor também seja… como um psiquiatra. Ele é o único que lida com meu TOC, meus ataques de pânico e meus medos, e recebe minhas alegrias. No futuro, se algo assim acontecer novamente, eu definitivamente me certificarei de que meu editor esteja perto de mim.”

Considerado um clássico da literatura de ficção científica, “Duna” conta a história de Paul Atreides, um jovem brilhante e talentoso nascido com um grande destino para além de seu entendimento. Atreides descobre que tem de viajar para o planeta mais perigoso do universo para garantir o futuro de sua vida, família e povo. À medida que as forças malévolas explodem em conflito pelo recurso mais precioso existente – uma mercadoria capaz de desbloquear o maior potencial da humanidade – somente aqueles que podem dominar seu medo sobreviverão.

Estão no elenco Timothée Chalamet (Paul Atreides), Rebecca Ferguson (Lady Jessica Atreides), Oscar Isaac (Duque Leto Atreides), Zendaya (Chani), Stellan Skarsgard (Barão Vladimir Harkonnen), Javier Bardem (Stilgar), Charlotte Rampling (Reverenda Madre Gaius Helen Mohiam), Josh Brolin (Gurney Halleck), Dave Bautista (Glossu Rabban, a Besta), Jason Momoa (Duncan Idaho), Chang Chen (Dr. Wellington Yueh), David Dastmalchian (Piter De Vries), Stephen Henderson (Thufir Hawat) e Sharon Duncan-Bewster (Dra. Liet Kynes).

Além de dirigir, Villeneuve co-escreve o roteiro junto a Eric Roth (“Tão Forte e Tão Perto“) e Jon Spaihts (“Doutor Estranho”). Brian Herbert, filho do autor do romance, é produtor e consultor criativo dentro da história e das ideias para o universo da nova adaptação.

“Duna” foi adaptado para o cinema pela primeira vez em 1984, dirigido por David Lynch. Apesar de ter alcançado um status cult com o passar do tempo, o filme foi um fracasso de público e crítica quando de seu lançamento.

O novo filme de Villeneuve será dividido em duas partes. A primeira tem estreia prevista para 30 de setembro de 2021. A segunda ainda não tem previsão de lançamento.

FLÁVILA SANTOS - CINEMA COM RAPADURA

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